A aposta em nichos é uma tradição para empresários que buscam
sobrevivência dentro de segmentos competitivos. Daí não ser um espanto a segmentação cada vez maior
observada no mercado pet brasileiro, um ramo que, neste ano, deve faturar
R$ 15,4 bilhões, segundo dados da
Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação
(Abinpet).
Com 60 mil petshops em funcionamento no Brasil, sendo a metade
deles em São Paulo ,
uma opção que começa a ganhar força é o de negócios especializados em peixes
ornamentais e no hobby do aquarismo.
De acordo com dados do Ministério da Pesca e Aquicultura, em 2012 a exportação de peixes
para criação em aquários e similares
chegou a US$ 9 milhões. Em 2007, o faturamento foi de US$ 5 milhões. Entre 2007
e 2012, o valor unitário médio para peixes
ornamentais teve valorização de 744%. O grande exportador foi o Pará, que respondeu
por 73% do faturamento. O Amazonas é o estado campeão por unidade, com 89% das
vendas.
"O mercado de peixes ornamentais e de aquarismo é um grande
negócios", afirma o consultor de gestão, inovação e marketing para o mercado pet, Sergio Lobato.
“Existe uma oportunidade também para animais silvestres, como pássaros e répteis. Mas eu destaco o aquarismo por
conta da margem de lucro da área, que é muito grande, e a legislação, que é mais branda que no casos dos
pássaros", observa Lobato.
Um exemplo de que fatura nesse mercado é o da paulistana Daniela
Motta,da Aqualife, que ela mantém com o marido há um ano e quatro meses. Dona de um petshop,
ela se interessou pelo mercado de peixes por conta da rentabilidade do setor, que segundo ela chega a 80% na venda
das espécies.
Desde o início, Daniela importa os peixes dos Estados Unidos e da
Ásia, uma operação que custou a ela um
investimento de R$ 80 mil.
“Como a lei não nos permite pegar esses peixes em nosso litoral,
temos de importar. Mas é muito bom negócio,com
margens líquidas de até 80%”, conta.
Marcio Waldman, do petshop virtual PetLove, também destaca as
altas margens que o nicho oferece. Ele, no entanto, chama a atenção para uma
dificuldade que o interessado no setor deve se preparar para a enfrentar: a
carência de opções, tanto em fornecedores, quanto em fabricantes.
"Peixe é um mercado muito grande, mas não é muito
desenvolvido como em outros países. Você viaja para feiras de pets nos Estados
Unidos e na Ásia e existem pavilhões e pavilhões dedicados aos peixes. Aqui,
tanto a quantidade de produtos, como a quantidade de fornecedoras é muito
pequena. Mas é um mercado que tem potencial. Só que ainda não é maduro",
diz.
Fonte: Estadão PME.
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