sexta-feira, 11 de outubro de 2013

PEQUENAS EMPRESAS E DESIGN: UMA RELAÇÃO QUE PRECISA EVOLUIR


A pouco tempo visitei um prospect (cujo nome não vou revelar por motivos óbvios) que ilustra aquilo que gostaria de tratar nesse post.
O empresário é um pequeno fabricante de produtos alimentícios da região. Ao saber que tenho um estúdio de design, me chamou imediatamente, pois “precisava muito dos meus serviços”.
O proprietário é um senhor de forte personalidade, que está a muito tempo na área, e sabe muito a respeito do próprio negócio. Tive uma excelente impressão de sua fábrica. Tudo excepcionalmente limpo, claro. Me explicou que montou seu negócio com o que há de melhor. Me mostrou fornos importados, maquinário de primeira. Disse que treinou seu pessoal. Contou planos de expansão. Ao me explicar que faz eventos e monta restaurantes itinerários, disse que não é mesmo a opção mais barata, por que serve coisa boa.
“Já tenho uma pessoa que faz esse serviço de design para mim”, explicou. “Mas não está me atendendo bem. Eu peço uma coisa, ela demora, trava. Não me dá prioridade”. Me pediu orçamento para um pacote de serviços, com urgência, o que fiz prontamente.
Dias e dias depois, como não tive retorno dele, retomei o contato, para saber se houve algum problema. Sem muitos rodeios ele disparou: “Achei caro, Rodrigo”.
Argumentei que não era um pacote pequeno. Que haviam várias horas de trabalho envolvidas, que poderíamos conversar e rever as expectativas dele. Não teve muita conversa. Aparentemente, ele voltou a achar seu primeiro fornecedor (aquele que não o estava atendendo bem) uma opção mais viável.
Devo reconhecer que não sou o profissional mais barato do mercado. Nem quero ser. Não sou saco de cimento, ninguém me compra a quilo. Porém, estou longe de ser o mais caro. Como tenho uma estrutura enxuta, com poucos gastos,  consigo manter um valor que considero justo, e até atraente.
A atitude do cliente está longe de ser algo isolado. Se estudarmos, poderemos entender o que está por trás, sem julgá-lo, sem demonizá-lo.
O pequeno empresário começou agora a perceber que precisa de design para sua empresa ser percebida. Isso é novo pra ele. Até pouco tempo, nem isso havia. Mas está entrando em seu sistema como uma obrigação. Um passo para se tirar da frente, assim como o contador e local de atendimento. Ele ainda não enxerga o design como peça fundamental no processo de construção de sua marca. Aliás, o conceito de possuir, ser dono de uma marca (e não somente de uma empresa) ainda não tocou o sino na cabeça do pequeno empresário brasileiro.
As grandes empresas, que são donas de grandes marcas, já atentaram para essa realidade há algum tempo. Vemos casos de branding cada vez mais complexos, mais assertivos. Vemos empresas contratando CEOs que, à exemplo de Steve Jobs, têm senso estético apurado e bom trânsito com as áreas de marketing e criação.


Nas pequenas e médias empresas, no entanto, o que vemos é um distanciamento, um certo medo de confiar num designer, e uma atitude um tanto receosa quanto à esse profissional. Como se o empresário quisesse tirar logo essa etapa da frente. É comum ouvir dizer: “preciso do logo pra poder fazer cartão e começar a vender”. É como um tiro certo, mas fora do alvo. A empresa precisa sim, do logo, mas pensa nele como uma peça apartada. Como um processo separado do que a empresa é, não como parte de um processo que ajuda o empresário a definir suas metas e identidade.
Por isso, quando faz uma análise do profissional que vai escolher, acaba com o mais barato, ou soluções de crowdsourcing, ou pior ainda, com o sobrinho mesmo. Afinal, é só uma “marquinha” que ele precisa, a loja (ou empresa) já está pronta, ele já tem os profissionais. Na cabeça desse profissional, aquele  símbolo não representa mais do que algo bonitinho na fachada ou no cartão.
Na verdade, se analisarmos o mercado internacional, veremos que a situação é inversa. As grandes empresas investem quantias absurdas de dinheiro, é bem verdade. Mas justamente por estarem atreladas a compromissos com acionistas, conselhos enormes de diretores, com linha gigantes de produtos, todas as decisões tem a tendência de seguir por caminhos considerados seguros, e por consequência, com pouca inovação.
A grande ruptura, as ações mais inventivas e surpreendentes vêm das pequenas e médias. Por poderem experimentar, podem ousar. Podem tentar, e se não der certo, corrigir o rumo. Uma grande empresa raramente tem essa oportunidade.
São as pequenas empresas que mais interferem na paisagem urbana. A mudança de patamar visual nessas empresas faria muito mais bem às cidades do que qualquer projeto “Cidade Limpa”.
Pequenas empresas podem investir num relacionamento com seu designer muito especial. Onde aquele que te atende é o mesmo que sentará ao computador para desenvolver sua ação de marca. Onde o proprietário do estúdio pode visitá-lo pessoalmente, discutir com profundidade os rumos que pretende tomar. Ao ser atendido por uma grande agência, isso não vai mais acontecer. Via de regra, o empresário não terá contato com quem está cuidando de seu material.
Creio que o pequeno empresário brasileiro ainda acordará para essa realidade. Ainda verá o grande aliado que um bom design pode ser para seu negócio. E então, ele deixará de ver o design como um custo, e passará a ver como um investimento.
Empresas, designers e sociedade ganharão muito quando este dia chegar.
(As imagens desse post são de pequenas empresas do exterior que estão fazendo coisas bacanas em termos de design. Claro que existem empresas assim no Brasil, mas a facilidade de encontrá-las lá fora é bem maior…)



MERCADO DE CERVEJAS ARTESANAIS ATRAI CADA VEZ MAIS EMPREENDEDORES

A cerveja hoje não é mais só clara ou escura. Palavrinhas complicadas como pale ale, stout e weissbier passaram a fazer parte do vocabulário de quem aprecia a bebida e essa mudança de comportamento do consumidor ajuda a movimentar um setor em crescimento no país. E esse número cada vez maior de especialistas e curiosos em experimentar sabores diferentes formou um mercado bastante promissor.
Para quem pensa em começar, o caminho natural é a produção da própria cerveja. A Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) estima que existem hoje cerca de 200 microcervejarias em atividade, mas elas representam apenas 0,15% do setor cervejeiro nacional, dominado por grandes empresas. “Nos Estados Unidos existem 2,4 mil. Há 30 anos, eles começaram com 90. Se o Brasil seguir a mesma proporção de consumo e vendas, podemos chegar a 2,5 mil em 20 anos”, afirma Luiz Vicente Mendes, diretor da feira Brasil Bier e um dos especialistas no segmento.
Ele não é o único otimista. O empresário austríaco Herwig Gangl enxerga um grande potencial no Brasil. Há 16 anos, ele abriu a cervejaria Krug para vender chopp e, em 2004, passou a produzir a cerveja Áustria em Minas Gerais. “O mercado aumentou muito nos últimos anos. A juventude adotou a cerveja especial, o que significa que o futuro é muito promissor”, avalia Gangl, que produz 200 mil litros por mês.


Começar uma cervejaria exige investimento inicial mínimo de R$ 200 mil. Mas uma alternativa – já adotada por alguns empreendedores – é alugar espaços de indústrias já existentes. Essa foi a tática adotada pelos irmãos David, Rafael e Alexandre Michelsohn, os criadores da cerveja Júpiter.
O modelo de cervejaria ‘cigana’, como o mercado convencionou chamar esse tipo de operação descentralizada, levou a produção do primeiro rótulo da empresa familiar em Serra Negra, cidade do interior de São Paulo. A segunda cerveja do trio, porém, será fabricada em Ribeirão Preto.
“Você não arrisca muito dinheiro de uma vez só. E se eu precisar de financiamento, a chance de conseguir é maior se tenho um negócio com histórico positivo”, conta David. Até o fim do ano, o trio deve desembolsar R$ 100 mil só para o lançamento dos dois produtos.
Fonte: estadao.pme.com.br


quinta-feira, 3 de outubro de 2013

10 FILMES A QUE TODO EMPREENDEDOR DEVE ASSISTIR

Uma boa história serve de modelo e inspiração para qualquer espectador. Por isso listamos dez filmes a que todos os empreendedores deveriam assistir. Com mensagens diretas e indiretas, atitudes lícitas (e às vezes nem tanto), eles mostram a atuação no mundo dos negócios. Prepare sua pipoca e inspire-se com essa lista de filmes mais recentes e outros tirados do fundo do baú.
1. O homem que mudou o jogo (2011) - Longe de ser um filme sobre esporte, O homem que mudou o jogo mostra como o treinador Billy Beane (Brad Pitt) fez o Oakland Athletics se destacar na liga nacional de beisebol. A grande sacada de Beane para fazer isso foi analisar estatísticas da equipe, que tinha a menor folha salarial entre as competidoras.
2. A rede social (2010) - A rede social conta a história de Mark Zuckerberg (Jesse Eisenberg), o fundador do Facebook, mostrando a criação da rede dentro da universidade Harvard. Mostra sua controversa relação com outros fundadores, como o brasileiro Eduardo Saverin (Andrew Garfield), e com empreendedores, como Sean Parker (Justin Timberlake), o primeiro presidente do Facebook.
3. Quem quer ser um milionário (2008) - Um dos maiores sucessos do cinema indiano, o filme mostra o jovem Jamal Malik (Dev Patel) num famoso programa de perguntas e respostas na TV. Jamal busca em sua própria história as respostas para as questões perguntadas pelo apresentador. É um exemplo de busca de força interior, algo essencial para empreendedores.
4. À procura da felicidade (2006) - Em À procura da felicidade, Will Smith interpreta Chris Gardner, um pai de família com problemas financeiros. Tantos que sua mulher sai de casa, deixando o filho Christopher (Jaden Smith), de 5 anos. Chris consegue um estágio numa corretora de valores, mas não consegue dar conta das despesas da casa. Com isso, ele e o menino acabam dormindo em abrigos e estações de trem. É um grande exemplo de que se você tem um sonho, não deve desistir de alcançá-lo.
5. Piratas da informática (1999) - Um clássico entre
os apaixonados por tecnologia, também é conhecido como Piratas do Vale do Silício. O filme mostra o começo de duas das principais empresas de tecnologia do mundo, a Apple e a Microsoft. Retrata as brigas de bastidores entre Steve Jobs (Noah Wyle) e Bill Gates (Anthony Michael Hall), a concorrência entre as companhias e sua importância no setor.
6. Jerry Maguire – A grande virada (1996) - Depois de uma crise de consciência, o bem-sucedido agente esportivo Jerry Maguire escreve um documento defendendo que os agentes deveriam cuidar da carreira dos atletas de forma mais humana, ainda que isso significasse ganhar menos. Depois disso, acaba sendo demitido da consultoria onde trabalhava e perde seus clientes, à exceção do jogador de futebol americano Rod Tidwell (Cuba Gooding Jr). É um filme que mostra como é possível vencer depois de um fracasso.
7. Tucker – Um homem e um sonho (1988) - Baseado numa história real, o filme mostra a trajetória de Preston Tucker (Jeff Bridges), um empreendedor que tinha o sonho de criar um carro à frente de seu tempo. Depois da Segunda Guerra Mundial, ele construiu o Trucker Torpedo, um carro mais seguro e veloz que os concorrentes da época. O projeto, no entanto, não deslanchou, pois sofreu com o lobby da indústria automobilística americana. 
8. O segredo do meu sucesso (1987) - O jovem Brantley Foster (Michael J. Fox) deixa uma cidadezinha no Kansas para tentar o sucesso em Nova York. Ao chegar lá, as coisas não saem como planejadas e ele se vê obrigado a pedir um emprego ao tio, Howard Prescott (Richard Jordan), que controla uma empresa milionária. Como o trabalho é modesto, Brantley, decide levar uma vida dupla, criando um personagem chamado Carlton Whitfield, um executivo de ideias brilhantes, mas que ninguém sabe de onde veio.
9. Wall Street – Poder e cobiça (1987) - O filme mostra que se você quer ser bem-sucedido, precisa enfrentar riscos. Bud Fox (Charlie Sheen) é um corretor ambicioso que trabalha no mercado financeiro. Certo dia, dá ao bilionário Gordon Gekko (Michael Douglas) algumas informações sigilosas e acaba se tornando seu discípulo, abrindo mão de ética, valores e escrúpulos para ter sucesso.
10. O Poderoso Chefão (1972) - A clássica trilogia  mostra a trajetória da família Corleone e seus negócios ilícitos. Mostra as vantagens e as desvantagens de empreender “em família”.
Fonte: revistapegn.globo.com